quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Vamos brincar de ler?

Sugestões para quem quiser bons livros:

Henry James - A Herdeira
Agnès Humbert - Resistência
Frank Wynne - Eu fui Vermeer
Richaqrd Wiseman - Esquisitologia
Raymond Radiguet - O Diabo no corpo

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Tudo que ele quer na vida é ser feliz

Tudo que ele quer na vida é ser feliz.
Não ganha muito dinheiro com seu trabalho, mas até que gosta do que faz.
Ele tem um Opala vermelho.
Seu vizinho de cima é um careca que fuma charutos e sua vizinha de baixo é uma senhora simpática que o trata como um filho.
Tem dois melhores amigos e um colega de trabalho que não suporta.
Sonha em conhecer a Ucrânia.
Se apaixonou de verdade apenas uma vez na vida.
Já quebrou uma perna jogando futebol.
Gosta de dormir durante o dia e ficar acordado durante a noite.
Tem dois filhos, um homem e uma mulher.
Tem um cachorro que parece ser o dono da casa.
Gosta de comida mexicana.
E como acontece com todos, um dia tudo isso acabou.
Mas foi feliz. Tudo que ele queria na vida era ser feliz. E foi.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Será?

Não sei. Não sei mesmo. É bom, é ruim? Será que dá para saber? Acho que não. Às vezes me parece bom, às vezes me parece terrível, mas fazer o quê? Não dá para fazer nada, certo? Acho que não sei o que achar. É, é isso aí. Não sei o que achar e admito. Admito que não sei. Não é tão ruim não saber. Ou será que é? Será que é ruim isso, não saber? É... Não sei também.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Distração Impressionista

O trânsito estava engarrafado, chovia, fazia frio e o ônibus estava cheio. A irritação era inevitável. Pelo menos conseguira um assento vazio, na janela. Tentava ler, em vão, uma vez que duas senhoras sentadas no banco de trás conversavam muito alto. O cansaço de um dia inteiro pesava nas costas. Parou a leitura infrutífera para olhar pela janela. Viu que a combinação das nuvens carregadas com os últimos e derradeiros raios de sol refletidos na água criava cores e tons maravilhosos. As montanhas e o mar assumiram um lindo tom de azul escuro e o céu parecia rosa em alguns pontos, laranja em outros e pontilhado de amarelo. Percebeu que parecia uma pintura impressionista, digna de um dos grandes mestres como Monet ou Degas.
A beleza e efemeridade da situação criaram uma breve distração do trânsito, da chuva, do frio, do ônibus cheio e das senhoras faladeiras. Uma breve distração.