sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Ô vidinha...

Quando era criança costumava sonhar muito. Mas sonhava acordada. Adorava aquilo. Sonhavar ser tantas coisas, coisas tão diferentes, que chega a ser engraçado. Lembro que sonhava ser astronauta. Astronauta! Logo eu, que preciso tomar calmantes toda vez que entro em um avião! Mas acho que eese sonho é comum. Acho que toda criança cogitou pelo menos uma vez viajar pelo espaço, pisar na Lua, conhecer estrelas e planetas e, óbvio, tem também a diversão da comida em cápsulas e de descobrir como se bebe água sem gravidade.
Também sonhava em ser princesa. O sonho de toda menina, acho. Morar em um castelo com uma torre, ter servos e criados fazendo tudo por você e ter um pônei, por quê não? Um pônei com um laçarote cor-de-rosa.
Outro dos meus favoritos era o de ser arqueóloga/historiadora. Egito, Roma, América Central, China. E isso seria só o começo. Nossa, como isso era legal!
Eram tão divertidos esses sonhos. Acreditava tanto neles. Hoje em dia os sonhos são tão normais, tão medíocres, tão iguais aos de todo mundo. Arrumar um bom emprego, casar, ter filhos lindos e saudáveis, conseguir dar a eles a melhor educação possível, viajar pelo mundo, me mudar para o campo quando me aposentar e envelhecer feliz nesse ambiente bucólico ao lado do meu digníssimo esposo, com netinhos correndo pela casa, e cheiro de torta de maçã e biscoitos.
Tudo muito chato. Muito. Tudo muito normal.
A não ser que eu me case com um príncipe. Um príncipe que me dê um pônei. Alguém conhece um?

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

O mundo precisa ver isso

Cuidado! Talvez alguns de vocês não estejam prontos para isso. Talvez vocês não estejam prontos para a verdade. A verdade é dura. É cruel. É assutadora. Mas o mundo precisa descobrir a verdade.
Vocês estão prontos? Vocês têm certeza disso? Pois bem, eu avisei.




Essa da Xuxa foi s-e-n-s-a-c-i-o-n-a-l.

Ps: Gracias amiguinha Carol. Sua piadinha me valeu um post. Adoro!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

"Agagaquaga"

Alguém já reparou em um dos milhões de anúncios da campanha da Colgate, aquela do Colgate Total 12, em que a digníssima que fala sobre seus 12 problemas bucais tem a língua presa?
Pois eu sim.
Alguém contrata um outro alguém para aparecer em um anúncio que será veiculado 937952634 por dia vezes em rede nacional, sendo que esse alguém (o segundo alguém, não o primeiro) tem a língua presa? Isso me incomodou seriamente.
Não que eu tenha algo contra pessoas com a língua presa, mas é sempre bom contratar pessoas com boa dicção para passar a imagem da sua marca, não?
Qual vai ser a próxima? Um gago? Alguém com Síndrome de Tourette? Ah! um mudo! Um mudo seria ótimo! Já estou até imaginando aquela mocinha no canto inferior da tela gesticulando sobre placa bacteriana e mau hálito...

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Carta a mim mesma.

Quero que de hoje em diante, você pergunte quando não entender.
Que fale tudo o que quiser falar.
Quero que você erre o necessário, para aprender com você mesma.
Que sempre solte gargalhadas histéricas, daquelas que só você sabe soltar. E que também chore, até soluçar e ficar sem ar.
Quero que dê valor aos seus amigos verdadeiros. E que ainda assim, saiba dizer “não” quando for preciso.
Que tenha muita confiança em si mesma, afinal de contas não existe ninguém melhor pra você confiar.
Que não se acostume, nem se conforme.
Quero que você apaixone.
Quero que você se apaixone.
Quero que você ame, e sempre permita ser amada.
Pois nada disso tem sentido, sem o amor.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Sinto que tenho coisas a escrever

23:44. Sinto calor. Escuto John Mayer no meu IPod. Olho para "Selected Tales" de Edgar Allan Poe, que jaz fechado ao meu lado, pensando se continuo a leitura de "Ligeia" agora ou amanhã. Procuro o lápis para escrever meus pensamentos que insistem em escapar. Diabos, cadê? Acabei de guardar! Terminei um texto, guardei na mochila, tomei banho e agora cadê? Como some assim tão rápido? Ah, como sempre, mais perto do que a gente imagina, sempre no lugar mais fácil, aquele que a gente cisma em ignorar. Nesse caso (em um local nada óbvio) do lado do zíper. Vocês não vão acreditar, mas eu acho que está exatamente onde eu tinha deixado. Assustador. Quase o enredo de um episódio de "Além da Imaginação".
Nossa, John Mayer se transformou em Massive Attack e eu nem tinha percebido. Estava realmente bem concentrada em achar o lápis que insiste em me abandonar. Agora sim. Achei o infeliz, vamos ao que interessa. Mas então, onde estávamos, hein, pensamentos? Fugiram de novo? Mas eu tinha tanto a dizer! Tudo bem, não vou me martirizar. Guardo o lápis, amanhã eu o procuro de novo para escrever mais pensamentos fujões. "Ligeia" vai ficar para amanhã. Vou ter muito tempo para a leitura enquanto tento lembrar o que ia escrever.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Acho que minha criatividade saiu de férias.

Acho que minha criatividade saiu de férias. Deve ter ido para algum lugar bem distante, a maldita não manda notícia. Nem por tambor, nem por pombo-correio, nem por código morse, nem por sinal de fumaça. Neca.
Acho que ela não gosta muito de mim. Não parece sentir muito a minha falta... Ingrata.
Será que ela traz pelo menos um cartão-postal? Uma camiseta que versa "Alguém esteve na Puta que o pariu e lembrou de mim"? Acho que não. Ela deve saber que ninguém usa essas coisas. Será que ela vai tirar fotos para me mostrar? Sempre quis saber como era a Puta que o pariu. Deve parecer com o Rio. Pelo menos é a impressão que eu tenho.
Se bem que ela pode ter ido para o Quinto dos infernos. Que, na minha concepção, deve parecer com São Paulo. Não sei porquê.
Ah! Pode ter ido também para a Casa do caralho! Mas aí eu já não sei com que cidade deve parecer.
Bom, enfim. Só espero que ela volte logo.
Tá começando a fazer falta.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Ao meu alter ego

Sei que você está aí embaixo, do outro lado. Sei disso. Tentei te deixar aí por completo, escondida debaixo da cama, dentro de uma caixa ou atrás do armário, para quem sabe, ser esquecida de vez. Mas um pouco de você insiste em estar comigo, em não me abandonar. Sei que você provavelmente provém um pouco da minha sanidade, mantendo (em parte) meus pés no chão, mas na maioria das vezes você só atrapalha. É o lado ruim de mim. Meu Mr. Hyde quando estão sempre tentando ser Dr. Jekyll. E às vezes, quando se faz (e é!) necessário, vice versa. Provavelmente eu seria uma anarquia, uma terra de marlboro, um território de ninguém sem você, mas talvez, pelo menos às vezes sinto, fosse melhor assim.
A trilha sonora está ótima, adequada ao momento e ao lugar, não só físico, mas também mental. Sinto uma coisa meio de mim para mim. Me sinto bem dentro de mim. E isso é bem raro.
Só me recorde por favor, senhorita (sabe como é, por sua causa minha memória não é mais a mesma) qual, onde e como foi o momento em que eu deixei você tomar conta de mim?
Desculpe minha ignorância e falta de tato, mas estou convidando-a a se retirar definitivamente. A se retirar de mim. Me sinto muito melhor aqui, agora, com essa vista e esse vento no rosto, sabendo que você está distante aí embaixo, do outro lado. Sei que em pouco nos encontraremos novamente (provavelmente já teremos nos encontrado quando estiver lendo isso) e você, com esse seu jeito dominador, vai se apoderar novamente de mim. Mas enquanto isso não acontece eu lhe escrevo e te descrevo o que sinto. Minha vontade de permanecer aqui, assim, com essa trilha sonora, bem longe de você. Te vendo sem te ver, só de longe. Enquanto puder te evitar. Rindo de você, tirando sarro de você. E, como não poderia deixar de ser, de mim.
Um respeitoso abraço,
Paz de espírito