terça-feira, 16 de março de 2010

Para a amiga que foi para longe

a.mi.za.de sf. Sentimento fiel de afeição, apreço, estima ou ternura entre pessoas
fra.ter.ni.da.de sf. 1. Parentesco de irmãos. 2. Amor ao próximo. 3. Harmonia, concórdia.
sa:u.da.de sf.Lembrança melancólica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoa(s) ou coisa(s) distante(s) ou extinta(s).
Definir uma palavra com a ajuda de um dicionário é muito simples. Difícil é explicar a intensidade dela na nossa vida.
Sentimentos de amizade e fraternidade são muito mais do que simples verbetes. São pessoas, lugares, memórias, cheiros, risadas e sensações acumuladas e misturadas através dos anos de tal forma que a gente nunca vai conseguir descrever. São significados, tentativas de explicar o que sentimos por pessoas que são a parte mais importante de nós. As pessoas que cresceram com a gente, que estão do nosso lado quando a gente ri, quando a gente chora, quando a gente não sabe como voltar para casa, quando a gente vê a morte de perto, quando a gente precisa de um esporro ou quando a gente só quer jogar conversa fora. A palavra é simples, o sentimento é muito complexo.
Mas ainda mais complexa é a saudade. Aquela que a gente sente quando uma dessas pessoas está longe. Ter que se contentar com a lembrança nunca é o suficiente quando os sentimentos de fraternidade e amizade são tão fortes dentro da gente que são parte da nossa identidade. Mas quando a presença finalmente substitui a lembrança, a saudade vai embora. A amizade e a fraternidade fazem com que ela seja só uma lembrança.
Enquanto isso não acontece, a amizade e a fraternidade ficam fazendo companhia. Consolam, lembrando a gente de que o alvo dessas emoções está sentindo a mesma coisa. E torcendo, junto com o resto da gente, pra saudade virar logo lembrança.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

E viva o espírito (de porco) natalino!

Eu não suporto Natal. Nunca gostei, mas o ódio aumenta a cada ano que passa. Claro que não é só a data em si, mas tudo que a cerca. Convenhamos e admitamos, a única coisa que presta no Natal é a comida, do resto quero distância. Só de ouvir “Eu acredito que esse meu Natal, vai ser o melhor Natal” e “Já é Natal na Leader Magazine” (que nos últimos anos tem começado a tocar em Outubro), me dá até calafrios. Se bem que eu gosto de “O Natal vem vindo, vem vindo o Natal”. O Papai Noel da Coca-Cola é até simpático, vá lá.
Eu sei que quase todo mundo que estiver lendo isso aqui vai me chamar de velha rabugenta e afins, mas eu tenho motivos e mais motivos para não suportar Natal. Talvez seja trauma de infância, quando toda a família se reunia e as crianças (eu inclusive) tinham que encenar um Auto Natalino diferente e mais elaborado a cada ano. Se levar em consideração que a minha relação com o cristianismo acabou no momento em que eu fui carregada pra fora da igreja depois de ser batizada, com menos de um ano de idade (o que foi bem injusto, eu não tive escolha), dá pra imaginar a minha felicidade com a aproximação do Natal e todas essas lembranças torturantes. Mas, desconsiderando os traumas, causa pra ter ojeriza dessa época do ano não falta. A começar pelo fato de que existe a obrigação de se incluir no espírito natalino. Não interessa se você gosta ou não, você não pode se livrar do Natal porque ele está em todos os lugares. É, por exemplo, aquela decoração kitsch em tudo quanto é canto, principalmente em shopping. Ai, que ódio de shopping em época de Natal. Uma árvore de plástico ridiculamente grande, com bolas penduradas, caixas de presentes vazias e mal embrulhadas, neve de isopor e uma pessoa fantasiada de velho vestido com um gorro, botas e um cajado, com duendes ao lado. Fazendo 40º e com um sol para cada um do lado de fora, me põem neve num diabo dum pinheiro? Fora que não precisa nem mencionar que não existe a possibilidade de se movimentar dentro de um shopping nessa época. Eu fujo de shoppings e redondezas. Não tenho paciência, não tenho. Decoração de Natal em prédios também me envergonham. Não sei se eu já contei pra vocês, mas eu sinto vergonha alheia. Normalmente, se a pessoa não sente vergonha por ela mesma, eu sinto. Por exemplo: Latino, Xuxa, assistentes de palco em geral e Netinho de Paula me fazem sentir vergonha alheia. Decorações natalinas em portarias de prédios também. Ou são extremamente exageradas, a ponto de quase causarem ataques epiléticos por causa daquelas irritantes luzes que piscam, ou são extremamente pobres, com uma árvore de 30 cm, com três bolinhas penduradas e um presépio do lado. Aliás, presépio em um negócio que nunca fez muito sentido pra mim.
Tem ainda o amigo oculto. Ah, o amigo oculto! Quem inventou isso merecia ser fuzilado em praça pública. A gente sempre tira alguém que a gente não gosta ou não conhece. Ou é sorteado por alguém que não gosta ou não conhece. Ou os dois. Normalmente os dois. Sempre dá um presente melhor que o que ganha, e olha que a gente sempre compra o presente do amigo oculto às pressas e sempre dá alguma coisa barata. Ah, e tem sempre um que falta e deixa um coleguinha no prejuízo. Deve ter uns cinco anos que eu não participo de um amigo oculto. Demorei mas percebi que não existe maneira de um deles acabar de forma satisfatória.
E a programação de Natal na TV? São os mesmos filmes todo santo ano. “O Milagre na Rua 34”, “Um Herói de Brinquedo”, “O Grinch”, “Esqueceram de Mim”, “Esqueceram de Mim 2” e “Esqueceram de Mim 3”. Quanta criatividade. Sensacionais também são aqueles filmes obscuros com atores desconhecidos sobre a vida de Jesus, a vida de Maomé, a vida de João, a vida de José, a morte de Jesus, a morte de Maomé, a morte de João, a morte de José e por aí vai.
E eu não queria falar não, mas vou ter que mencionar o Especial de Fim de Ano do Roberto Carlos, que provavelmente foi gravado em 1989 e é reprisado todo ano. Dizem por aí que todo ano eles gravam um diferente, mas eu não acredito não.
Eu ia reclamar ainda de ganhar pares e mais pares de meias de presente, mas como a última vez que eu efetivamente troquei presentes de Natal com mais de três pessoas foi, provavelmente, no mesmo ano em que eu ganhei meu último ovo de páscoa (quando eu ainda acreditava em Coelhinho da Páscoa e Papai Noel), não posso falar muito. Nos últimos anos eu percebi que presente é pra pai, mãe e olhe lá. Isso se eles tiverem sido bons meninos.
Bom, tudo que eu posso fazer é rezar pra dormir e só acordar no dia 26 pra comer as rabanadas, nozes, cerejas, Panetones e Chocotones. Pelo menos posso afogar minhas mágoas na comida, né?

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Rewind

Então, depois de um longo e tenebroso inverno, um post. Sim, meu povo, é verdade. E dessa vez um post diferente. Esse texto que tá aqui embaixo não é meu nem da Lu, então vale deixar os créditos à devida autora. Kudos where it is due. Bom, a distinta mocinha que escreveu foi a Claudia, vocês já devem ter lido os comentários dela aqui no Jesus de Suspensórios. A Claudia também tem uma certa queda pelos livros e eu gosto muito de como ela escreve, e acho que, inclusive, casa muito com o meu jeito e o da Lu então, lá vai. Ela me mandou esse texto e acho muito válido colocar ele aqui. So, without further ado, Rewind:
Ao longo da minha vida, algumas vezes me disseram que eu faço o que eu quero, sem muito me preocupar com os outros ou com a opinião dos mesmos. Fazendo uma leve retrospectiva, é verdade. Fiz o que quis, falei o que quis e agi como quis grande parte da minha vida. Assumi as responsabilidades dos meus atos todas as vezes também. Porque, obviamente, ninguém sai por aí fazendo o que quer e em momento nenhum é cobrado pelas conseqüências do que faz. Quando me importei, ou acreditei estar errada, fui lá e tentei ajustar as coisas, do contrário, vida que segue e aos que doeram, enfim, só tenho a lamentar.
Largando assim parece que eu sou de uma tremenda escrotice. Não é bem assim, eu não saio por aí cagando a vida de todo mundo só pra me fazer feliz. Eu tenho juízo, respeito as pessoas, sigo as leis e pretendo um dia pagar meus impostos, só não deixo de fazer as coisas porque os outros vão pensar assim ou assado de mim.
Aí rolou essa introdução toda pra que? Pra contar que esse ano cagou toda a minha expectativa de continuar levando a minha vida numa boa.
No início de Julho desse ano, eu tinha altas expectativas, momentos decisivos, mas as coisas não saíram exatamente como o esperado. Porém, o que me conforta é que apesar do ano ruim, eu tive minhas conquistas ao longo da minha vida. Eu fiz o que eu quis inúmeras vezes, o que me deixa um pouco mais tranqüila por não estar fazendo agora exatamente o que eu queria.
Mas, qual é a importância disso pra quem tá lendo esse post? Na verdade, verdade mesmo, nenhuma. No entanto, esse foi o primeiro ano que eu achei válida uma retrospectiva. E queria poder ler isso em 2010, quando creio eu, estarei muito melhor. E se é que não ficou claro, não, nunca me arrependi de absolutamente nada que fiz. Sim, eu magoei algumas pessoas e pra isso serve o “Desculpas, aí.”, eu ultrapassei alguns limites, mas aprendi com cada cagada e no fim é isso, eu não tô com tudo tudo que eu queria na mão e muitas vezes não sei lidar com isso, mas do meu jeitinho eu continuo fazendo a vida me divertir.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Ladies and gentleman, start your engines!

Sim, sou mulher e amo Formula 1.
É, gente, isso existe, isso é possível. Não é porque eu tenho dois ovários, um útero e uma vagina que é humanamente impossível que eu goste de automobilismo. Aliás, conheço algumas outras moças que gostam também, não é tão incomum assim. Até onde eu sei estrogênio não repele octanos.
Já ouvi comentários do tipo: “Ah, você gosta de carro, é? Você é lésbica?” ou “Hm, você gosta de Formula 1 por causa do esporte em si ou dos pilotos?”. Admito que os pilotos são sim extremamente agradáveis, mas na hora da corrida eles estão de macacão, luvas e capacete. Isso é o equivalente a uma burca, não dá para ver nada. Então, digamos que os atributos dos pilotos são um plus. Um plus deveras aprazível, mas plus de qualquer forma.
Eu assisto Formula 1 desde criança. Coisa de família, sabe? Acho que era comum as famílias se juntarem domingo de manhã para assistir às corridas, lá em casa era assim. Até o Senna morrer. Eu tenho total entendimento que muita gente parou de assistir depois do fatídico 1º de maio de 1994, que todo brasileiro queria esquecer. Sempre ouço: “Formula 1 depois que o Senna morreu perdeu toda a graça”. Isso quer dizer que muita gente que tem seus vinte e poucos anos não cresceu assistindo Formula 1, porque era criança quando isso aconteceu e as famílias perderam o hábito. Acontece que eu perseverei. Não sei por que, mas eu sempre gostei. Claro, não tinha uma síncope se deixasse de assistir tal ou tal corrida, mas gostava. Com o passar dos anos, fui passando de fã a viciada. Hoje em dia eu tenho depressão pós-temporada, acordo às 2hs da manhã pra assistir GP do Japão, grito com o Galvão Bueno durante as corridas, discuto calorosamente em mesas de bar com homens duas vezes maiores que eu sobre como o Webber é melhor que o Vettel e digo para quem quiser escutar que acho sinceramente que ainda vamos ouvir muito o nome do Rosberg (do filho, Nico. Do Keke a gente já ouviu).
Tudo que eu sei é: o barulho dos motores me arrebata, a velocidade me hipnotiza, a adrenalina dispara quando as luzes vermelhas se apagam, e, vá lá, eu fico sim encantada pelos pilotos. Por alguns deles eu fico até bastante encantada.
E eu sou feliz assim. Eu sou uma moça e amo Formula 1.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

I want to get physical

Me matriculei em uma academia de ginástica.
Ouço as trombetas do Apocalipse.
Fui fazer a avaliação física e acabei sendo ludibriada a já começar a malhar: “Vamos montar suas séries logo, Ana Carolina? Aí você já pode começar o mais rápido possível”. Hm. Tá. Tá bom então.
Enquanto eu era semi-obrigada (eu podia dizer “pensando bem, nem tô nessa vibe não”, mas o rapaz era grande, não convém discutir) a fazer movimentos repetitivos e exaustivos em máquinas que lembram aprestos de tortura medieval, eu comecei a pensar sobre o significado de uma academia de ginástica.
É um lugar de martírio por natureza. A começar pela indumentária. Roupas de ginástica nunca favorecem ninguém. Cortes estranhos, cores e estampas ridículas e em geral são tão apertadas que a pessoa parece embalada a vácuo. Aí, além disso, temos o fato já mencionado de que passa-se um tempo considerável fazendo movimentos repetitivos e nada naturais, que levam invariavelmente à dor generalizada que praticamente impossibilita todo e qualquer movimento antes mesmo que se pense em realizá-lo. Obviamente, não se pode esquecer a fauna extremamente diversificada e exótica que se encontra em academias. Todos nós conhecemos bem os tipos. Estudos antropológicos esperando para serem realizados todos os dias em cada academia desse Brasil varonil. Aliás, varonil é um termo que se enquadra bem nesse tema, embora alguns desses rapazes sarados não me enganem nem um pouco. Um número razoável desses rapazes, na verdade. Muitos desses rapazes. Tá, talvez não se enquadre tão bem assim.
Então nesse ambiente de opressão psicológica e dor física você simplesmente reza para que tudo acabe logo. Você não sabe se as pessoas estão olhando para você, para sua roupa ou para sua cara de sofrimento. Você está cansado, dolorido e intimidado e só que ir embora. Mas isso não é tudo. Existe ainda o fato de que tomar banho em academia é deprimente. Sabe Deus quem freqüenta aquelas instalações. É melhor voltar para casa todo suado, com cabelo colado na testa, cara de maluco e ofegante até não dar mais do que se sujeitar ao duvidoso chuveiro de academia. Nem de chinelo. Nem de tênis. Aliás, nem com aquela roupa especial do esquadrão anti-bombas. E o pior é que a gente paga para isso tudo.
Mas eu tenho esperanças de que esses sentimentos negativos vão passar. As endorfinas vão fazer seu trabalho e me deixar feliz, e aí eu não vou mais odiar atividades físicas e tudo que lembre o assunto. Vou ser uma pessoa saudável, responsável e pela primeira vez na minha vida não vou abandonar alguma coisa no meio do caminho. Tudo isso enquanto eu uso calça de ginástica.
Foi então que acordei de meus devaneios, terminei minha via-crúcis e tentei sair o mais rápido possível de lá mas ainda ouvi ao fundo “amanhã a gente se vê, hein?”.
É né, fazer o quê?

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

As coisas que a gente faz pra esquecer a realidade

São engraçadas as coisas que a gente faz pra esquecer o quão desagradável a vida pode ser. Coisas que, vendo de fora, fazem parecer que está tudo ótimo, que estamos felizes, até. Na verdade, é tudo para tentar abafar aquele silêncio que aperta, oprime, pesa. Nem que seja um pouquinho.
Cantar no chuveiro, ler pilhas e pilhas de livros, caminhar na praia, ir a um bar em plena terça-feira, se perder naquele rapaz que tem os olhos lindos.
Parece que a gente quer só aproveitar a vida e tudo que ela tem para oferecer.
Só que a gente sabe bem, é exatamente o contrário.
É para esquecer, por alguns minutinhos que sejam, o quão desagradável a vida pode ser.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Telemarketing merece a morte

OK então.
Vamos deixar uma coisa bem clara aqui, mocinha-da-Claro: Você vem tentando me ligar desde sábado, e quando finalmente consegue, é estúpida. Acredito que, se você está me importunando, você deveria ser, para dizer o mínimo, educada.
A conversa se seguiu assim:
Eu: "Alô?"
Mocinha-da-Claro: "Boa tarde, eu sou fulana de tal da Claro, com quem eu falo?"
Eu: "Ana Carolina"
Mocinha-da-Claro: "Senhora Ana Carolina, estou ligando para oferecer alguns serviços e promoções..."
Eu: "Obrigada, mas eu não estou interessada"
Mocinha-da-Claro: "Mas como você não está interessada se você ainda nem sabe o que é?"
Eu: "Estou satisfeita na minha companhia, não pretendo trocar."
E então ela desliga o telefone na minha cara.
Gata, eu não tenho culpa se você escolheu um emprego escroto que não te satisfaz. Não posso fazer nada se você está de mal humor. Não tenho nada a ver com a sua vida, não posso te julgar. Mas a partir do momento que você me liga, interrompe seja lá o que for que eu estou fazendo e começa a falar de forma ininterrupta sobre alguma coisa que eu não pedi pra saber, quem deveria ficar irritada era eu, e não você.
Estamos entendidas? Espero que sim, porque eu também sei ser bem grossa quando eu preciso, ok?

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Eu deveria ser uma pessoa melhor hoje.

Ontem, depois de uma tarde cultural nos museus e livrarias do centro do Rio de Janeiro, sento-me com minha amiga num bar na rua do Ouvidor. Depois disso, o que ocorreu foi um quase estudo antropológico que era o que faltava para completar o meu dia. Eu não sabia, mas era exatamente o que faltava.
Antes de mais nada, ouvi a seguinte cantada: "Não sou Ana Maria Braga, mas sou mais você". Ótimo começo. (Nota mental: adotar isso para a vida)
Depois um hippie/artesão/filósofo chamado Calvin Felipe parou para conversar/fazer artesanato/esmolar. Essa foi, definitivamente, a melhor parte. "Ganhei" um anel (dei dois reais, não conta como comprar) com uma estrela/rosa que tem cinco pontas. Sabe porque tem cinco pontas? Porque uma equivale à paz, outra à união, a terceira significa liberdade, a quarta é a justiça e a última é a mais importante, o amor. Mais importante porque sem o amor não se consegue paz, união, liberdade e nem justiça. Lindo, não? Além disso, ainda tem o símbolo do infinito em cada ponta (não é o símbolo do infinito, mas a gente finge que é e segue com as nossas vidas), para que seja um ciclo, e eu sempre dê e receba paz, união, liberdade, justiça e, principalmente, amor.
Sabe porque ele me explicou tudo isso? Porque ele queria me passar os ensinamentos e as características da flexibilidade do rabo da lagartixa, a dureza do casco da tartaruga e da luminosidade do rabo do vaga-lume.
Então vamos lá: a flexibilidade do rabo da lagartixa - é para que eu possa chicotear (insira onomatopeia de chicote aqui) aqueles que querem me fazer mal; a dureza do casco da tartaruga - é para que, quando alguém tentar pisar em mim, não conseguir; e a luminosidade do rabo do vaga-lume - é para que eu ilumine sempre o caminho, tanto o meu quanto o dos que me cercam.
Achei tudo isso muito bonito. Eu com certeza teria passado o trajeto de volta para casa pensando sobre isso, assimilando isso, tentando, quem sabe, ampliar meu espectro de conhecimento com a filosofia que me foi passada de forma tão inesperada.
Teria, não fosse a absurda vontada de fazer xixi que me dominou. Aí não conegui pensar em mais nada.
É... infelizmente não foi dessa vez que eu virei um ser humano melhor.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Nó (s).

Hoje, eu vou colocar tudo o que existiu de bom,
numa caixinha e dar um nó com laço de fita.

Tô pensando em deixar um bilhete, também.
Bem detalhado.
Pra se algum dia meu corpo esquecer,
a memória não falhar.

Que é pra guardar bem guardado o que existiu.
E fechar essa porta por inteiro.

domingo, 12 de julho de 2009

Miscelânea de personalidades

Sou Ivan Karamázov: Bêbado, arruaceiro, ingênuo.
Sou Alexis Zorba: Alegre, festivo, apaixonado pelo sexo oposto.
Sou Bridget Jones: Paranóica, ridícula, derrotada.
Sou Fernão Capelo Gaivota: Sonhador, decidido, pária.
Sou Randle McMurphy: Problemático, violento, verdadeiro.
Sou Lestat de Lioncourt: Confuso, perdido, maldoso.
Sou Frankenstein: Uma mistura de muitos outros.