- Eu acho que está na hora de falar.
- Falar para quem?
- Para todo mundo. Cansei de guardar segredinho. Me sinto mal, como se estivesse enganando a todos.
- Você bebeu? Contar para todo mundo quem?
- Meus amigos mais chegados, minha família, não sei!
- Você quer que todos achem que você é louco?
- Ué, mas eles vão entender. Eles me amam.
- Não, não vão.
- Eles não vão me julgar. Não são esse tipo de gente.
- Claro que vão. Qual reação você espera deles?
- Que eles me entendam, me apóiem e, eventualmente, se acostumem com a idéia. Não agüento mais fingir. Parece que sou uma pessoa quando estou sozinho e perto deles sou outra. Isso me consome. Está me deixando louco.
- Claro que você é louco. Você fala sozinho. Nenhuma pessoa normal faria isso.
- Quer parar de tentar fazer com que eu me sinta mal? Você faz tudo soar tão ruim. Não é tão ruim assim.
- Você fala sozinho. Você trava discussões filosóficas consigo mesmo. Você discorda de si mesmo.
- Tá. Talvez seja um pouco ruim, mas não é tanto!
- Você precisa assumir pra si mesmo essa sua esquizofrenia.
- Amor!
- Oi, querida!
- Oi, querida!
- Vem jantar!
- Já tô indo!
- Já tô indo!
- “Você precisa assumir para si mesmo essa sua esquizofrenia”. Há. Essa foi boa.
- Cala a boca, quer que ela escute você falando sozinho?
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
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4 comentários:
hahahahahaahahahahahahahahahaha!
vc é completamente maluca.
título de uma novela: diálogos comigo mesmo, a vida de um esquizofrenico.
ahuhauhuahuahuahuhauhua
Sensacional!
Eu acho que falar sozinha não devia ser esquisito...
(Deleta isso! Eles vão descobrir..
Não deleto!
Deleta!!
..)
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