segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Ladies and gentleman, start your engines!

Sim, sou mulher e amo Formula 1.
É, gente, isso existe, isso é possível. Não é porque eu tenho dois ovários, um útero e uma vagina que é humanamente impossível que eu goste de automobilismo. Aliás, conheço algumas outras moças que gostam também, não é tão incomum assim. Até onde eu sei estrogênio não repele octanos.
Já ouvi comentários do tipo: “Ah, você gosta de carro, é? Você é lésbica?” ou “Hm, você gosta de Formula 1 por causa do esporte em si ou dos pilotos?”. Admito que os pilotos são sim extremamente agradáveis, mas na hora da corrida eles estão de macacão, luvas e capacete. Isso é o equivalente a uma burca, não dá para ver nada. Então, digamos que os atributos dos pilotos são um plus. Um plus deveras aprazível, mas plus de qualquer forma.
Eu assisto Formula 1 desde criança. Coisa de família, sabe? Acho que era comum as famílias se juntarem domingo de manhã para assistir às corridas, lá em casa era assim. Até o Senna morrer. Eu tenho total entendimento que muita gente parou de assistir depois do fatídico 1º de maio de 1994, que todo brasileiro queria esquecer. Sempre ouço: “Formula 1 depois que o Senna morreu perdeu toda a graça”. Isso quer dizer que muita gente que tem seus vinte e poucos anos não cresceu assistindo Formula 1, porque era criança quando isso aconteceu e as famílias perderam o hábito. Acontece que eu perseverei. Não sei por que, mas eu sempre gostei. Claro, não tinha uma síncope se deixasse de assistir tal ou tal corrida, mas gostava. Com o passar dos anos, fui passando de fã a viciada. Hoje em dia eu tenho depressão pós-temporada, acordo às 2hs da manhã pra assistir GP do Japão, grito com o Galvão Bueno durante as corridas, discuto calorosamente em mesas de bar com homens duas vezes maiores que eu sobre como o Webber é melhor que o Vettel e digo para quem quiser escutar que acho sinceramente que ainda vamos ouvir muito o nome do Rosberg (do filho, Nico. Do Keke a gente já ouviu).
Tudo que eu sei é: o barulho dos motores me arrebata, a velocidade me hipnotiza, a adrenalina dispara quando as luzes vermelhas se apagam, e, vá lá, eu fico sim encantada pelos pilotos. Por alguns deles eu fico até bastante encantada.
E eu sou feliz assim. Eu sou uma moça e amo Formula 1.

2 comentários:

Laura disse...

Acho deveras entediante.
Não consigo entender o que homem, mulher, flor, fruta, cor... vêem de interessante nisso...Enfim...

Gaby disse...

Meu pai vê toda manhã de domingo. ele é mecânico, meu irmão faz mecânica (então já viu né ), e eu adoro carro. MAS NAO CONSIGO ENTENDER FORMULA 1! Praticamente uma mula.

Vc escreve muito bem!