quarta-feira, 28 de maio de 2008

Possíveis textos e bolinhas de papel.

Opa, lá vem uma idéia... calma, pronto, anotado.
Opa, mais uma, e outra. Uma coisa engraçada aqui, outra acolá. Tudo anotado, num bloquinho vermelho que ganhei de presente. Praticamente arquivado.
Na realidade, nada presta. nada é o que eu quero falar.
Eu quero muito saber qual a minha dificuldade de escolher o que escrever. Porque não pego a primeira idéia? PORQUE?
Pronto! É isso!
Nada melhor do que escrever sobre a minha dificuldade de escrever. Perfeito.

Fico pensando por horas e horas (isso porque estou sendo gentil comigo mesma), pensando em possíveis piadinhas que posso fazer, e no fim, acabo rasgando o papel e tacando ele longe.

Também não sei porque "tacar ele longe". Ele é um papel. Uma bola de papel mal escrita que é arremessada no meio do corredor aqui de casa, e que quase sempre acerta a minha gata.
Por que arremessar? Aquilo só dá mais trabalho, depois você vai ter que catar todas aquelas bolinhas, catar aqueles malditos fiapos de papel que se soltam depois que você arranca a folha do espiral do caderno. Tudo bem que eu escrevo com uma Bic, numa folha de caderno Tilibra. Antes eu usasse uma pena. Mas enfim, eu acho poético. A minha gata acha bem escroto.

Depois que meu corredor se transforma numa verdadeira piscina de bolas albinas, eu fico me perguntando incessantemente, o porque de continuar insistindo nisso, uma coisa meio "Que-ri-da, desiste. Você não dá pra isso. Vai ler um livro e cala a boca".

Mas como eu sou brasileira, e não desisto nunca, eu fico aqui juntando letrinhas com letrinhas, pensando que estou escrevendo alguma coisa. E vocês, pensando que estão lendo alguma coisa. Não que vocês não estejam, é que... é... Ah! vocês me entenderam.

Acho que meu maior problema é pensar muito. E, acreditem, não estou me gabando, ou coisa parecida. Eu passo grande parte do dia, pensando. Pensando em coisas sem o menor propósito. Pensando sobre as coisas, sobre os objetos e os possíveis caminhos das pessoas, mas nada que vá mudar o mundo. Na-da.
Até porque se dependesse de mim, amanhã o mundo amanheceria somente com eletrodomésticos silenciosos. Nada mais irritante que secar o cabelo e perder 2% de audição.

Mas, fora o meu "pensar", se é que posso dizer isso, eu gosto muito de dar nomes pras coisas, e pras situações. Tudo meu tem nome. Meu carro, meu chaveiro, meus óculos escuros, meu ipod. (Jefferson, Rogério, Seinfeld e Dorothy, respectivamente).
Quanto as situações, eu sempre dou nome à elas, acho que é uma forma de me acostumar, sabe? Até porque elas são sempre esdrúxulas, tipo: "Momento-Alzeimer" (sempre que esqueço o que ia falar), "Momento-Parkinson" (sempre que derrubo alguma coisa, sim eu sou estabanada e desastrada), "Momento-Inferno" (eu sempre faço comentários maldosos. E nem sempre de pessoas que eu conheço) e o clássico: "Momento-Luana-falando-o-que-não-deve-na-hora-que-não-deve"(auto explicativo).

Enfim, falei isso tudo só pra chegar aqui. No "Momento- estou-enrolando-pra-caralho". Esse domina grande parte do meu dia, e se encaixa na minha dificuldade de escolher sobre o que escrever. Só que desta vez, eu desisto.

2 comentários:

Anônimo disse...

acho que foi um dos melhores textos que já li seus... A-DO-REI. não desista. não dê sorte ao acaso. vai que de agora em diante, só porque você decide desistir, as melhores idéias são as que você joga fora por ter desistido delas.
e esse meu momento foi Momento-Filosofando-sobre-a-vida-dos-outros.
=P

Ana Ullmann disse...

Eu acho mega engraçado como eu a Lu temos uma sintonia absurda.
Faço minhas as suas palavras. E as da Ju.
A-M-E-I o texto.